Noronhe-se: curiosidades que fazem parte do verdadeiro significado

Noronhe-se

Noronhe-se! Com certeza você já ouviu essa expressão…

Hoje te convido a conhecer além do Noronhe-se, vamos contar curiosidades da cultura noronhense que ajudam a entender melhor a vida na Ilha mais famosa do Brasil.

Você já pensou em como seria morar no meio do oceano Atlântico, ilhado a 360 quilômetros da costa, longe de serviços de comodidade e cultura, com espaço físico reduzido e obrigatoriamente submetido às leis da natureza?

Esse modo de vida dos ilhéus em Fernando de Noronha nem sempre está na mídia e pouco chama atenção da maioria das pessoas, mas nós que vivemos aqui garantimos que é surpreendente!

Noronhe-se como Surgiu?

Bruna Marquezine foi a criadora do termo Noronhe-se ao postar em seu Instagram uma foto subquática com a legenda: Noronhe-se.

Mas, aqui na Ilha de Fernando de Noronha há um mundo à parte – com palavras próprias e um jeito peculiar de viver. Ficou curioso? Vem comigo!

Leia a seguir o significado de alguns termos usados com frequência pela comunidade noronhense. É bem provável que depois dessa leitura você estará mais próximo da expressão “Noronhe-se”.

Termos usados pela comunidade Noronhense

EUFORONHA

É quando o entusiasmo em estar na ilha é tão grande que faz o visitante entrar em constante estado de euforia: festejando, fotografando tudo que vê pela frente, falando do que viu para todo mundo, querendo viver intensamente cada experiência.

NEURONHA

É o oposto da euforonha. Um diagnóstico popular ‘quase clínico’ dado à crise emocional vivida por não-nativos ao longo do tempo que moram em Noronha.

As razões mais comuns são o isolamento geográfico e a distância da família/amigos. Felizmente a neuronha é passageira e pode ser curada com mais tempo entre amigos e na natureza.

HAOLE

O termo é havaiano e foi usado originalmente para identificar aqueles que não são nativos do Havaí ou da região polinésia.

Aqui em Fernando de Noronha aconteceu o mesmo: a palavra foi incorporada ao vocabulário local e até hoje é a forma como chamam as pessoas  que moram na Ilha, mas possuem raízes em outros lugares do Brasil e  do mundo.

Podemos chamar de haole a família Gagliasso Ewbank, o famoso Zé Maria, do festival gastronômico que reúne mais famosos, além de boa parte dos gestores locais e até trabalhadores comuns que estão só passando uma temporada. 

Localmente há haoles tão “considerados” que suas origens externas já nem são lembradas. São ‘ex-forasteiros’ que viveram tanto os desafios da ilha a ponto de entrarem para a história local.

MABUYA

Além de ser o nome do lagarto endêmico de Noronha, mabuya também é apelido para quem está em todo canto, completamente conectado à vida ilhéu. Mesmo que esta pessoa seja ‘de fora’, ela é um mabuya, e faz parte da rotina local.

LÁ FORA

É o lugar de onde vem os haoles, os turistas, os insumos que chegam de barco ou de avião… Lá fora é todo e qualquer lugar que não seja o arquipélago ou o oceano que o cerca.

ADM

É o jeito como muitos se referem à administração local. Por ser um distrito estadual, Fernando de Noronha não tem prefeitura.

O governo de Pernambuco, responsável pela gestão da parte urbana da Ilha, nomeia uma pessoa como administradora. Os locais traduzem essa relação complexa, chamando tanto o gestor ou gestora quanto a própria máquina pública simplesmente de “ADM”.

CARTEIRINHA

Ainda sobre as curiosidades de gestão, por conta da limitação geográfica, a Ilha tem uma política migratória própria, que regulamenta quando é possível haver a permanência de não-nativos enquanto moradores.

A carteirinha era o documento físico concedido a essas pessoas: carteirinha laranja para temporários e azul para permanentes. Hoje o sistema está sendo digitalizado e a carteirinha vai virar relíquia para quem viveu as aventuras do processo. 

ÔIA

É uma forma de dizer Olá, mas também é o nome dado ao ganho com trabalho extra. Fazer uma ôia é trabalhar por algumas horas em uma tarefa geralmente vinculada ao turismo, garantindo um reforço na renda.

Com o custo de vida elevado, em Noronha quase todos fazem ou já fizeram ôia nas mais diferentes tarefas. 

CARONA

Pedir e dar carona é um hábito entre os ilhéus. Como a entrada de veículos na ilha obedece a muitas regras, parte da população anda de bicicleta, transporte público ou a pé.

Entre os pedestres, quem tem mais desenvoltura raramente encontra dificuldade para se locomover, já que há sempre alguém disposto a ajudar.

VAI ACHAR

O maior orgulho do noronhense é a honestidade. Essa máxima é preservada pela comunidade tradicional e incorporada por quem vive aqui.

Se alguém perdeu algum objeto, logo cria-se uma rede de comunicações e uma verdadeira campanha nas redes sociais para que o objeto volte às mãos do dono, garantindo assim a certeza de que a Ilha é um dos lugares mais seguros e pacíficos do país. 

5 outras curiosidades de Fernando de Noronha

Poderíamos passar muito tempo falando sobre fatos pitorescos e interessantes de Noronha, já que tudo por aqui se torna mais especial, desafiador e até surpreendente. Aqui vão outras curiosidades da nossa vida de Ilha:

Bairro Vai-Quem-Sabe

Há um mini-bairro em Fernando de Noronha chamado “Vai-Quem-Sabe”. Nós sabemos onde fica, mas não vamos revelar assim de bandeja, né!?

Aeroporto

Recentemente a ilha enfrentou um desafio de logística: transportar uma usina de asfalto do Porto ao Aeroporto.

A operação não é das mais fáceis, e foi necessária muita adaptação da usina ambulante até que ela chegasse finalmente ao seu destino e enfim a obra de requalificação da pista do aeroporto fosse iniciada.

A odisseia virou o assunto principal dos grupos de whatsapp da Ilha, e teve até cobertura cinematográfica do translado.

Forte Nossa Senhora dos Remédios

O Forte Nossa Senhora dos Remédios que é hoje um dos lugares mais visitados aqui, já foi um ponto evitado por muitos.

Moradores mais antigos diziam ouvir gritos e choro das almas de pessoas que, há séculos, foram presas e torturadas no local, quando a ilha toda era usada como presídio. Toda essa história você pode conhecer fazendo a nossa caminhada histórica.

Água doce

Noronha não possui fontes de água doce. Toda água reservada no arquipélago vem da chuva. Há alguns poços e açudes, mas 70% do abastecimento da Ilha é feito com água do mar dessalinizada, em um processo caro e moderno.

Ao visitar Noronha lembre-se disso e evite o desperdício!

Andar nas pedras

Entre tantas habilidades próprias, quem vive em Noronha aprende a andar com desenvoltura pelas pedras. Há tantas encostas e caminhos com pedras que em pouco tempo quem vive aqui logo adquire equilíbrio e agilidade ao andar. 

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Agora conte para a gente: você sabia de todas essas curiosidades de Fernando de Noronha?

Entendeu por que algumas coisas acontecem diferente por aqui?

Essas peculiaridades compõem nossa geografia tanto quanto as belezas naturais. Se você for um turista atento aos comportamentos e reações ao seu redor, certamente voltará de viagem com outras descobertas.

Comente aqui ou nas redes sociais @atalaianoronha o que mais chamou sua atenção ou conte para a gente se tem mais dúvidas sobre o modo de viver noronhense. 

Lembre-se que nem tudo que é dito por aí é verdade… procure estar sempre bem acompanhado de quem tem experiência e autoridade para falar: o próprio ilhéu.

No time de profissionais da Atalaia, a maioria são guias nativos que vão fazer sua experiência de viagem muito melhor.

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